
Enfim uma boa notícia. O governador do Estado José Serra, em visita à região no último dia 5, anunciou em Registro a destinação de R$ 24 milhões, no orçamento de 2008, para a conclusão das obras da barragem do Valo Grande, incluindo instalação de comportas e amplo desassoreamento. A iniciativa coroa os esforços até aqui empreendidos pelos deputados Márcio França e Samuel Moreira, federal e estadual, respectivamente, no sentido do equacionamento de questão tão crucial para Iguape e o meio ambiente, drasticamente afetado em termos de possibilidades geradoras de trabalho e renda para a população. E antes tarde do que mais tarde.
Como já sentenciou em editorial (“Valo Grande: do erro ao descaso”) o jornal O Estado de S. Paulo, “sem dúvida aquilo que foi um grande erro, resultado da ignorância, no início do século 19, neste início de século 21 é um clamoroso descaso – com pleno conhecimento de causa”. Eu mesmo de repente me dou conta do quanto já escrevi (e insisti) sobre o Valo Grande, para além de duas campanhas políticas onde a questão jamais deixou de ser tratada, a despeito de sua complexidade e até das resistências de muitos correligionários.
Em artigo 4 anos atrás, publicado na combativa Tribuna de Iguape – “Iguape: a saída é pela (com)porta!” –, considerava: “Ao observador atento de Iguape, não há decerto de escapar que nosso passado-presente-futuro encontra-se atrelado ao canal do Valo Grande, esfinge que nos contempla e desafia: ‘decifra-me ou eu te devoro’. (...) até quando nos daremos ao luxo de continuar escamoteando um problema que, equacionado, poderia representar uma poderosa alavanca em relação ao que mais nos ressentimos em Iguape, vale dizer, à ausência de vida econômica?”. E arrematava.
“Com efeito, depois de vivenciar diferentes ciclos (ouro, arroz, palmito, caxeta etc.), Iguape vive de longa data o ciclo econômico do nada e corporifica a imagem da desolação e do abandono em todos os campos: patrimônio, turismo, pesca, agricultura etc. Com o fechamento do Valo Grande e o Mar Pequeno recuperado em seu vasto potencial reprodutivo natural, poderíamos contar com ostras, mexilhões, caranguejos, peixes nobres e toda sorte de produtos, com grande demanda e assegurado retorno econômico”.
Há pouco, em comentário no blog Iguape em Imagens, do amigo Roberto Fortes, justamente comemorando a notícia do aporte de recursos, dizia: “Porém (e sempre tem um porém), é preciso atenção. Inscrição de verba no orçamento não significa liberação. Depois, por vários anos o orçamento estadual contemplou a barragem e nada aconteceu. Deste fato que, se não nos mexermos, não liderarmos esse processo, enquanto principais interessados, e ficarmos esperando dos outros que façam (ou que continuem fazendo) o que nós mesmos não fazemos em benefício próprio, mais uma vez nada acontecerá e as melhores intenções vão rolar valo abaixo. É simples assim. Quem espera nunca alcança.”
Por fim, em comentário de 2006 ao blog Alfarrábios, do mesmo Roberto Fortes, já dizia: “E que sirva de exemplo a ponte Iguape-Ilha Comprida ‘Laércio Ribeiro’, que ficou parada década e meia, parecia insolúvel, mas saiu e mudou sobremaneira a face da Ilha. E a receita para o Valo Grande é a mesma da ponte: clareza de idéias, alianças certas e determinação política. Em suma, tudo que nos tem faltado, mas não faltou a Ilha. Portanto, é preciso mexer-se. E o Valo, que tem sido algoz, pode ainda ser a redenção de Iguape”. Assim seja!
Como já sentenciou em editorial (“Valo Grande: do erro ao descaso”) o jornal O Estado de S. Paulo, “sem dúvida aquilo que foi um grande erro, resultado da ignorância, no início do século 19, neste início de século 21 é um clamoroso descaso – com pleno conhecimento de causa”. Eu mesmo de repente me dou conta do quanto já escrevi (e insisti) sobre o Valo Grande, para além de duas campanhas políticas onde a questão jamais deixou de ser tratada, a despeito de sua complexidade e até das resistências de muitos correligionários.
Em artigo 4 anos atrás, publicado na combativa Tribuna de Iguape – “Iguape: a saída é pela (com)porta!” –, considerava: “Ao observador atento de Iguape, não há decerto de escapar que nosso passado-presente-futuro encontra-se atrelado ao canal do Valo Grande, esfinge que nos contempla e desafia: ‘decifra-me ou eu te devoro’. (...) até quando nos daremos ao luxo de continuar escamoteando um problema que, equacionado, poderia representar uma poderosa alavanca em relação ao que mais nos ressentimos em Iguape, vale dizer, à ausência de vida econômica?”. E arrematava.
“Com efeito, depois de vivenciar diferentes ciclos (ouro, arroz, palmito, caxeta etc.), Iguape vive de longa data o ciclo econômico do nada e corporifica a imagem da desolação e do abandono em todos os campos: patrimônio, turismo, pesca, agricultura etc. Com o fechamento do Valo Grande e o Mar Pequeno recuperado em seu vasto potencial reprodutivo natural, poderíamos contar com ostras, mexilhões, caranguejos, peixes nobres e toda sorte de produtos, com grande demanda e assegurado retorno econômico”.
Há pouco, em comentário no blog Iguape em Imagens, do amigo Roberto Fortes, justamente comemorando a notícia do aporte de recursos, dizia: “Porém (e sempre tem um porém), é preciso atenção. Inscrição de verba no orçamento não significa liberação. Depois, por vários anos o orçamento estadual contemplou a barragem e nada aconteceu. Deste fato que, se não nos mexermos, não liderarmos esse processo, enquanto principais interessados, e ficarmos esperando dos outros que façam (ou que continuem fazendo) o que nós mesmos não fazemos em benefício próprio, mais uma vez nada acontecerá e as melhores intenções vão rolar valo abaixo. É simples assim. Quem espera nunca alcança.”
Por fim, em comentário de 2006 ao blog Alfarrábios, do mesmo Roberto Fortes, já dizia: “E que sirva de exemplo a ponte Iguape-Ilha Comprida ‘Laércio Ribeiro’, que ficou parada década e meia, parecia insolúvel, mas saiu e mudou sobremaneira a face da Ilha. E a receita para o Valo Grande é a mesma da ponte: clareza de idéias, alianças certas e determinação política. Em suma, tudo que nos tem faltado, mas não faltou a Ilha. Portanto, é preciso mexer-se. E o Valo, que tem sido algoz, pode ainda ser a redenção de Iguape”. Assim seja!

